Uma casa maior, novos eletrodomésticos e mais funcionários. São estes os elementos que compõem o quadro do abrigo municipal na gestão atual. As crianças, que vivem no local atualmente, agora têm mais conforto para enfrentarem a fase difícil longe dos pais.

Com capacidade para 20 crianças de até 16 anos de idade, a instituição, hoje, abriga 11, entre um e nove anos. São crianças que sofreram algum tipo de violação em suas casas. A maioria dos pais é usuário de drogas ou está preso.

Por causa das drogas, as mães deixam os filhos sozinhos. É quando elas são denunciadas ao Conselho Tutelar, órgão que faz a triagem e a retirada dessas crianças. O destino delas é o abrigo municipal, onde permanecem até os pais voltarem a ter condições de cuidar delas.

Segundo a secretária de Assistência Social, Maria da Graça Saraceni Vieira de Souza, este é o caso de sete irmãos, entre eles uma deficiente, que vivem no local há quase um ano. O pai está preso e a mãe, usuária de crack, os deixou sozinhos em casa e eles foram encaminhados ao abrigo. Os progressos já são palpáveis.

“A menina de quatro anos tem deficiência mental. Quando ela chegou ao abrigo, era pequenininha e não conseguia comer. Agora ela frequenta a Apae, o que não acontecia antes, e nós já vemos uma melhora muito grande. Ela precisou aprender a degustar, ganhou peso e já mexe os bracinhos”, contou.

A secretária ainda explicou que o Creas (Centro de Referência Especializada de Assistência Social) é o órgão encarregado para atendimento das famílias dessas crianças enquanto elas estão no abrigo. “Não se pode forçar uma internação, mas o Creas faz o atendimento para ajudar esses pais. Quando eles melhoram, perante autorização judicial, podem voltar a ter seus filhos”, disse.

Enquanto não voltam para a casa, as crianças ficam no abrigo com toda a assistência necessária. Algumas vão para a escola, outras para o centro de educação infantil e uma frequenta a Apae. Um funcionário da Prefeitura faz o transporte de todas. “Em termos de alimentação, melhor impossível. Lá, mucilon, leite, bolo, todo tipo de verdura, fruta, enfim, o armário é completo, supre tudo o que uma casa precisa para ter uma boa alimentação. A Prefeitura também fornece material escolar, roupas, calçados, atendimento médico, assistencial e tudo o que elas necessitarem”, explicou a secretária.

Além disso, alunos da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), do curso de psicologia, realizam um trabalho com as crianças. O juiz da vara da Infância e Juventude aprovou o projeto dos graduandos, o qual permite que eles visitem o abrigo semanalmente.

Amor, dedicação e carinho dos cinco funcionários que integram o time de profissionais do abrigo também não faltam. Eles formam uma grande família temporária e, quando há separação, há também dor. “Eu choro quando alguém vai embora, a gente se apega”, contou Divina Alves Freitas, funcionária do abrigo há quase 16 anos.

Divina lembra que antes do início da atual administração municipal ela era a única funcionária e havia muitas lacunas para serem preenchidas. Além das novas instalações (com cinco quartos, quatro banheiros, uma biblioteca, sala, cozinha e varanda), a Secretaria de Assistência Social comprou uma televisão de 29 polegadas, DVD, máquina de lavar roupa (antes havia um tanquinho), liquidificador, batedeira, camas, colchões, roupas de cama, edredons para proporcionar mais conforto às crianças. “Hoje temos uma casa completa”, afirmou.

A secretária de Assistência Social disse que sua grande preocupação, quando assumiu, era melhorar o abrigo. “Cada vez que eu ia lá, eu me sentia mal. Eu via que faltava tudo. Agora o abrigo está em sua melhor fase. Ainda temos muita coisa pra fazer. Queremos fazer um parquinho no fundo da casa e outras coisas, mas tem que ser aos poucos”, concluiu.

As crianças podem ficar por até dois anos no abrigo. Quando saem, elas têm o acompanhamento de um psicólogo que verifica como ficará a convivência no lar.

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Departamento de Comunicação - Prefeitura de Paranaíba
Flávia Villa Rosa, jornalista
Leidiane Sabino, jornalista

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